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Performance, exuastão e falta de sentido: Onde entra a Análise

  • amandamiareli
  • 26 de ago.
  • 1 min de leitura

Atualizado: 5 de set.


De manhã, antes mesmo do café, já temos o figurino pronto. Roupa escolhida, sorriso ensaiado, frase padrão para quem perguntar como estamos: “tudo bem”. E lá vamos nós, cumprir o roteiro. Trabalhar, performar, agradar, corresponder.


É curioso como a vida vai ficando parecida com um palco. Cada encontro pede uma versão nossa — a eficiente, a simpática, a resiliente, a que não se abala nunca. No começo, parece até útil. É como uma armadura leve, que protege do olhar alheio, das críticas, das cobranças. Mas, com o tempo, a máscara gruda no rosto e a gente esquece quem estava por baixo dela.


O corpo dá sinais. Um cansaço que não passa, uma respiração curta, um vazio que insiste em aparecer mesmo em dias cheios de compromissos. A vida, assim, vai perdendo o gosto.


No fim do dia, sobra o silêncio. E nele, a sensação de que fizemos muito, mas vivemos pouco.


Talvez seja nesse intervalo, entre um papel e outro, que mora a chance de recomeçar. Uma pausa, um olhar mais honesto para dentro, um espaço em que possamos, finalmente, descansar da encenação. Retirar a máscara, ainda que aos poucos, e lembrar: existe algo vivo, verdadeiro, esperando por nós.



 
 
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